top of page
  • Foto do escritorAamarte

Orquestra finaliza Temporada 2021 superando desafios

Atualizado: 29 de dez. de 2021



Depois de oito concertos gravados e transmitidos direto do histórico Cineteatro São Luiz, a Orquestra Contemporânea Brasileira (OCB) encerrou neste último domingo (26) sua Temporada 2021, movimentando as manhãs com muita música erudita. Nesse intervalo de apresentações, que percorreu os meses de julho a setembro, a orquestra teve que se adaptar por conta da pandemia. E foram muitos os desafios. É o que avalia o maestro Arley França.


“Foi um desafio realizar os concertos no formato virtual, sem a presença do público. A pandemia não permitiu o formato convencional e o trabalho das orquestras, desde o seu surgimento, lá no período Barroco, sempre teve o público presente. Ele é o elemento mais importante em um show de qualquer artista, que faz e prepara o espetáculo para essas pessoas. E a gente não estava vendo o público ali”, diz Arley.


O maestro avalia que a presença da plateia passa, para quem está no palco, a emoção de quem assiste a apresentação. “Essa emoção é transmitida para os músicos através dos aplausos, da expressão facial das pessoas. Quanto mais o músico percebe que o público está gostando, essa energia que vem da plateia influencia a qualidade da performance e a orquestra se motiva vendo que o público está gostando do concerto”.


Arley acrescenta que a pandemia trouxe um grande processo de aprendizagem para a orquestra, seus músicos e também para ele, enquanto maestro. “Nós tivemos que lidar com todo o planejamento da temporada, a concepção dos concertos, o repertório. A gente pensava como, diante da ausência de público, iríamos levar para esse público um repertório, já que ele estava vendo em casa, em dispositivos como celular ou computador”, relata.


“Daí começamos a nos colocar no lugar do público. A gente percebeu que, se para nós é difícil tocar e não ter ele perto, para o público também deve soar estranho estar assistindo e não ter a orquestra próxima. Isso foi o que ajudou a definir qual o repertório a orquestra iria tocar, com músicas não muito complexas, que as pessoas já ouviram, mesmo sendo músicas clássicas. Procuramos buscar essa maior proximidade, para que as pessoas se sentissem realmente em casa, digamos assim”, complementa o maestro.


Arley também destaca que outro desafio enfrentado foi adaptar a situação dos músicos à pandemia, quando nem todos puderam estar no palco nos primeiros concertos. “Parte deles participou virtualmente. Depois, com a flexibilização das regras sanitárias e com a melhora das pessoas que ficaram doentes, conseguimos ter a orquestra toda no palco. Esse momento foi um pouco tenso para a gente, mas que logo se resolveu”.


O maestro avalia que o novo formato de show fez com que a orquestra se adaptasse à nova realidade virtual e procurasse ferramentas, então desconhecidas, para poder gravar os concertos com a qualidade mais fiel possível. “Para quando as pessoas pudessem ouvir a orquestra em casa, elas tivessem realmente a sensação de estar em um concerto ao vivo. Nós fomos estudar como deve ser gravada uma orquestra, que tipos de microfones, quais as técnicas de gravação, da mesma forma que também buscamos informações a respeito da captação de imagens e vídeos. Foi um grande aprendizado para orquestra e para a nossa equipe de produção”, finaliza Arley França.


O projeto conta com a realização do Ministério do Turismo, através de sua Secretaria Especial da Cultura e apoio da EDP e Instituto EDP.

7 visualizações0 comentário
bottom of page