Foto: Guilherme Silva
O Cineteatro São Luiz ficou lotado na manhã do último domingo, dia 13 de março, durante a apresentação da Orquestra Contemporânea Brasileira (OCB). Foi o primeiro concerto, desde o início da pandemia, em que a orquestra subiu ao palco com os instrumentos de sopro, cordas e percussão. O maestro Arley França fez um convite à plateia para um passeio pelos grandes marcos da história da música erudita, desde o período barroco, através da interpretação de grandes compositores como Mozart, Vivaldi e Haydn.
De maneira didática, Arley França explicou como a música erudita foi se tornando mais complexa, com a introdução de novos instrumentos e a presença da figura do maestro, que no início não existia. A cada compositor, uma nova história acompanhava as grandes transformações da música erudita ao longo do tempo, o que levou o púbico a permanecer atento ao concerto do início ao fim. “Vocês não sabem como nos preparamos para estarmos aqui e o tamanho da nossa emoção. Em 2020 não nos apresentamos em decorrência da pandemia e em 2021 tivemos apenas um concerto presencial”, recorda o maestro.
O evento também foi marcado por agradecimentos. O maestro falou sobre a dificuldade de manter uma orquestra profissional, a única em atividade no Estado, e sobre o desejo dos músicos, a maioria com formação fora do Ceará, de permanecer aqui. A manutenção da orquestra, como demonstrou Arley França, é resultado do investimento da EDP, uma termelétrica de Portugal instalada no complexo do Pecém. O reconhecimento do apoio foi estendido a outros parceiros como o Governo do Estado, através da Secretaria da Cultura e do Cineteatro São Luiz, e o Ministério do Turismo, por meio da Secretaria Especial da Cultura.
Uma pausa entre as apresentações para um momento de homenagens. Gestores dos municípios cearenses de Limoeiro do Norte, Cascavel, Varjota, Ibiapina e Piquet Carneiro, que se tornaram parceiros dos núcleos de educação musical da Orquestra Contemporânea Brasileira, receberam uma placa e um kit de instrumentos musicais para simbolizar a iniciativa. As parcerias demonstram um comprometimento com a formação de novos talentos, trabalho que resultará na criação de orquestras infanto-juvenis. Crianças e jovens terão acompanhamento dos músicos profissionais da orquestra, como professores, sob a coordenação de Arley França.
O concerto da Orquestra Contemporânea Brasileira foi encerrado com uma homenagem às mulheres, em alusão ao dia internacional da mulher, comemorado em 8 de março. O tenor cearense Franklin Dantas se juntou à orquestra para realizar a homenagem, momento em que a plateia cantou junto. Ele interpretou as músicas La vie en Rose, de Edith Piaf, e Carinhoso, de Pixinguinha e João de Barro. Foi emocionante!