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Décadas de aprendizagem nos núcleos de educação musical



Foto: Guilherme Silva


Levar musicalização às crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e fazer brotar futuros músicos profissionais no Ceará. Com esse propósito, a Associação dos Amigos da Arte (AAMARTE) mantém dois Núcleos de Educação Musical no Estado. O primeiro deles, no município de Pindoretama, surgiu junto com a Orquestra de Sopros de Pindoretama, em 1999. O segundo, bem mais recente, foi criado em 2019, no município de São Gonçalo do Amarante, com o apoio da multinacional Empresas de Portugal (EDP) e do Instituto EDP.


Após dez anos de existência do Núcleo de Pindoretama, a AAMARTE já tinha experiência acumulada para expandir suas atividades. Além dos instrumentos de sopro já tradicionais na orquestra, os alunos passaram a ter acesso a aulas de canto coral, assim como oficinas de instrumentos de corda, como violino, viola, contrabaixo e violoncelo. Uma novidade interessante foi a realização de oficinas de editoração de partituras, onde os próprios alunos da orquestra conseguiam transformar as músicas escritas à mão em partituras digitalizadas.


Com os avanços das atividades da associação, o Núcleo de Educação Musical de Pindoretama passou a acrescentar também, dentro do seu projeto, instrumentos mais populares, como o Ukulele, que possui quatro cordas e é semelhante ao cavaquinho. O que diferencia os dois instrumentos é a composição do material e consequentemente a sonoridade: o Ukulele tem cordas de nylon e som mais suave; já o cavaquinho, som mais forte e cordas de aço.


Além da formação musical dos jovens, o projeto de Pindoretama tem uma grande importância para o município, já que a orquestra participa da vida social da comunidade local. “Nós fazemos parte dos principais acontecimentos da cidade, como as comemorações de 7 de Setembro (Dia da Independência), a festa da padroeira e os eventos do calendário turístico da cidade, como a festa Pindorecana (festival anual que divulga a cultura canavieira) e a programação natalina”, afirma o maestro, produtor musical e fundador da AAMARTE, Arley França.


Ao longo de 22 anos, desde o surgimento da orquestra de Pindoretama, muitos alunos seguiram o caminho da música e alguns tiveram seus filhos estudando no Núcleo de Educação Musical. Mais de duas mil crianças e adolescentes já passaram pela instituição.


Formação cidadã


O Núcleo de Educação Musical de São Gonçalo do Amarante foi implantado em uma região extremamente vulnerável, na localidade de Várzea Grande, situada a 30 km da sede do município. Em torno de 70 crianças e adolescentes estão tendo a oportunidade de aprender a tocar instrumentos como violino, viola, violoncelo e contrabaixo. O acesso desses jovens às oficinas de música é possível graças ao trabalho da AAMARTE, com o apoio da EDP, empresa termelétrica instalada em São Gonçalo do Amarante.


O trabalho desenvolvido no Núcleo de Educação Musical de São Gonçalo do Amarante é fruto da experiência acumulada pela Orquestra de Sopros de Pindoretama. Mas não só. O maestro Arley França é o regente da Orquestra Contemporânea Brasileira, cujos músicos fazem parte do quadro de professores da comunidade.


Apesar de pouco mais de dois anos de caminhada e dos impactos da pandemia, a Orquestra Infantojuvenil de São Gonçalo do Amarante já se apresentou na sede da EDP - localizada no Pecém - e na Igreja Matriz do município. “No ano de 2020 e durante quase todo ano de 2021, por conta da pandemia, as aulas foram ministradas de forma online. Eles retornaram às atividades presenciais somente em outubro, mas no final do ano se apresentaram para os pais e professores na escola da comunidade”.


Como se não bastasse o papel da AAMARTE na educação musical dos jovens, uma instituição dessa natureza ainda é capaz de promover muitas mudanças. “Temos certeza de que mesmo os alunos que não seguiram carreira na música são cidadãos de bem, pessoas que aprenderam alguns valores na nossa escola. Valores como respeitar o próximo, trabalhar em grupo, cumprir deveres que lhe são colocados, cumprir metas, disciplina para a frequência e horário das aulas, além de assiduidade. São valores que a gente trabalha, além da música”, conclui o maestro.

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