Dez anos ensinando e aprendendo na AAMARTE

Dez anos ensinando e aprendendo na AAMARTE

Ele iniciou como estudante de música nos encontros religiosos e, logo em seguida, entrou na Orquestra de Sopros de Pindoretama. Eram meados dos anos 2000. “Na igreja (Católica), minha vivência era com instrumentos harmônicos como violão e guitarra, já na orquestra passou a ser instrumentos melódicos de sopros”, lembra Higo Sampaio, 34 anos, professor e maestro assistente da Associação dos Amigos da Arte (AAMARTE).

Com o passar dos anos, o estudante virou monitor na orquestra. “Isso me deu experiência e entendimento do lado pedagógico da ‘coisa’. Ingressei no curso de licenciatura em música na UECE, mas não consegui concluir. Logo depois me formei em Pedagogia e mais tarde conclui o curso de Música. Hoje possuo essas duas graduações e há mais de 10 anos sou professor na orquestra”.

Higo começou como aluno da Banda de Música de Pindoretama antes mesmo do surgimento da AAMARTE como organização formal do grupo. “Até hoje são parecidos os meios como os jovens chegam ao projeto, atraídos por visitas que realizamos nas escolas ou apresentações nas praças e até na TV”.

Além de professor e maestro assistente, Higo destaca que se considera parte da história da associação. “Minha formação musical e profissional teve início aqui. Quando entra uma criança nova no projeto, eu me vejo nela. A AAMARTE não é só o lugar onde eu trabalho. É o lugar onde eu vislumbro transformação social e oportunidades para as crianças e jovens da minha cidade. Essa interação com o meio musical me fez abrir a mente e me tornar mais eclético como músico e ouvinte”, avalia.

Grande apreciador da música, Higo destaca a importância de instituições do terceiro setor, como a AAMARTE, para suprir carências não preenchidas pelos governos. “Esse atendimento que instituições como a AAMARTE dá a essas crianças e adolescentes se tornou fundamental no desenvolvimento social dos mesmos. No nosso caso, a educação vem acompanhada de uma perspectiva de futuro, já que esses jovens podem se tornar músicos profissionais, professores, maestros, produtores culturais e tantas outras profissões”, acredita.

Higo compreende esse momento de pandemia como desafiador para o desenvolvimento do seu trabalho. “A tecnologia como apoio já faz parte da sala de aula há muito tempo. Mas esse formato (à distância) que estamos vivenciando há mais de um ano é muito atípico e nos obriga a nos renovarmos nesse mundo digital. Depender exclusivamente de aparelhos como smartphones e notebooks para conduzir uma aula é o grande desafio, que se tornará ainda mais comum mesmo quando as aulas presenciais forem retomadas”. Dentre suas atividades, Higo é responsável pelas práticas de conjunto de instrumentos de metal e também é professor de trombone.

A Orquestra de Sopros de Pindoretama tem o patrocínio da ENEL e conta com o apoio cultural da Secretaria da Cultura do Ceará por meio do mecenato estadual.