Ex-aluno da AAMARTE participa de concerto na Sala São Paulo

A Orquestra Filarmônica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte fez parte das instituições presentes ao 52º Festival de Inverno de Campos do Jordão, iniciado em julho deste ano. Uma das apresentações foi realizada na Sala São Paulo, sediada na capital paulista e considerada a melhor sala de concertos da América Latina. Dentre os músicos presentes, estava o jovem Carlos Henrique Oliveira, que começou sua formação musical na Associação dos Amigos da Arte (AAMARTE).
Carlos Henrique saiu de Aquiraz aos 10 anos para morar em Pindoretama, ao lado da família. O que poderia ser uma simples mudança domiciliar, acabou por direcionar o seu futuro através da música. O ano era 2012. Apoiado pela mãe Maria Renata, Carlos Henrique foi uma das crianças selecionadas para compor o grupo de alunos da Associação dos Amigos da Arte (AAMARTE). “Por coincidência, fui morar perto da sede da associação no mesmo período em que estavam abertas as inscrições. Acabei sendo matriculado por curiosidade pela minha mãe, que foi minha grande incentivadora”, lembra.
Ele começou no curso de Iniciação Musical, onde teve contato com a teoria e com o aprendizado da flauta doce, o primeiro instrumento que passou pelas suas mãos ainda na pré-adolescência. “Logo depois eu fui estudar bombardino, onde fiquei de 2013 até 2015. Já em agosto de 2015 comecei a tocar trombone de vara, por incentivo do maestro Adriano Martins”, destaca. Seu primeiro mentor no instrumento que toca atualmente, trombone baixo, foi o professor Higo Sampaio.
As viagens para outros municípios do Estado e as apresentações que realizou como integrante da Orquestra de Sopros de Pindoretama ganharam destaque na lembrança dele como os melhores momentos desse período da vida. “Foi quando conheci várias cidades do Ceará. Observo que em outra profissão, em outro lugar (que não a AAMARTE), seria quase impossível isso acontecer”, acredita o estudante.
Carlos Henrique reconhece a importância do trabalho desenvolvido pela associação junto às crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. “Muitos jovens não seguiram a carreira musical - a mesma que eu escolhi - mas com certeza são pessoas que têm um pouco de conhecimento da música. Ao invés de estarem na rua no horário da escola, estavam aprendendo música e fazendo arte. É de suma importância esse trabalho dos professores e do maestro Arley França para a sociedade como um todo”, acredita.
Hoje com 20 anos, o jovem foi aprovado no curso de Bacharelado em Música na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em 2020. Não precisou muito para se engajar e participar de grupos de câmara. Como trombonista baixo da Orquestra Filarmônica UFRN, ele tem disseminado seu talento em grandes eventos. “Para quase todos os músicos da área, o sonho é tocar em um exuberante espaço como a Sala São Paulo. Foi uma honra representar a universidade e a escola de música. O grande diferencial foi o programa do concerto, pois só foram executadas peças de compositores potiguares ou nordestinos ou que tiveram influência no Nordeste”, enaltece ao mesmo tempo em que revela sua paixão pela música: “Foi a profissão que escolhi para minha vida e para minha carreira. Não mudaria hoje por nada”.